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QUEM

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UEM habita no asylo que Deos presta, Quem descança na protecção do Altissimo, Do Deos dos Ceos, em paz mora na terra, Por deserta que seja.

Diz ao Senhor: «Tu és o meu refugio,
Meu Deos, meu Protector; já desses laços
D'infernaes caçadores me livraste,

E d'asperas sentenças:

«Espero em ti... » — Responde: « Ah! sim, confia; Descança á sombra com que te defendem Minhas azas e plumas protectoras,

Que piedosas te encobrem. >>

Ha de a verdade, qual um broquel d'ouro,
Cercar-te, se inimigos te assaltarem;
Nem virá sossobrar-te o animo affouto
Intriga tenebrosa.

Laus cantici David (•).

(1) Qui habitat in adjutorio Altissimi, in protectione Dei cœli commorabitur.

(2) Dicet Domino: Susceptor meus es tu, et refugium meum, Deus meus; sperabo in eum.

(3) Quoniam ipse liberavit me de laqueo venantiam, et à verbo aspero.

(4) Scapulis suis obumbravit ti. bi, et sub pennis ejus sperabis.

(5) Sculo circumdabit te verilas ejus: non timebis à timore nocturno:

(*) No texto não teve titulo este psalmo, a respeito do qual se exprime Simão de Muis pela maneira seguinte: Profecto hoc carmine nihil neque solidius, neque splendidius non dico scribi, sed ne cogitari quidem potest. Atque utinam ego figuras, numeros, et elegantiam Hebræi sermonis exprimere possem! Sperarem profecto concessuros mihi omnes, nullum Græcum, aut Latinum poema huic esse comparandum.

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Nem a setta, que ousada ás claras voa, Ou perigos que em trevas o ar empestam, Nem genio máo, do abysmo despachado, Te ha de attingir potente.

Verás derrubar mil junto a teu lado, Cahirão mais dez mil á tua dextra; Defendido por Deos, irás contente, Salvo, e longe da morte.

Talvez que em troco observes com teus olhos
Como Deus justiceiro retribue

Aos peccadores o furor insano
De seus iniquos feitos.

Dirás então: «Senhor! minha esperança !
Doce refugio meu! E com que acêrto
O Altissimo escolhi para conforto !... »
Com que affecto replica!

«A torrente do mal irá fugindo Em distancia de ti: o teu asylo

Será pelos flagellos respeitado, Não ousarão tocar-lhe.

<<< Farei descer dos ceos brilhantes Anjos, Que te guardem, que aplanem teus caminhos; Que pela mão te levem, e que evitem Escolhos a teus passos.

« Amoroso e sollicito cuidado Permittirá que os basiliscos calques; Que pises com teus pés leões e dragos, Sem que offender-te possam.

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Psalmo

Сомо

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é bom festejar o Deos supremo,

Do Altissimo cantar o sancto nome!

Ou largue o sol nascendo as ondas trémulas,
Ou nas aguas s'esconda,

Ouça-me celebrar tanta piedade,
Misericordia, e lúcida verdade.

Psalmus cantici in die
sabbathi (•).

(1) Bonum est confiteri Domino, et psallere nomini luo, Allissime.

(2) Ad annuntiandum mane misericordiam tuam, et veritatem tuam per noctem.

(•) Aqui observa Mattei que na segunda compilação depois do regresso de Babylonia distribuiram-se os psalmos pelas varias festas, e varios dias do anno, porque não podiam cantar-se no templo sem alguma ordem, e d'isso devia haver um calendario, onde este psalmo estivesse designado para tal dia; sem que obste o não acharmos uma semelhante distincção em todos os mais, porque nós não possuimos o codice do templo, onde certamente se havia de encontrar, e donde alguns copistas mais diligentes copiaram os titulos historicos, os titulos musicos, outros os lithurgicos e rituaes, e outros unicamente o psalmo, pouco lhe importando com aquelles accessorios.

(3) In decachordo psalterio, cum Ao meu psalterio e cithara suave

cantico, in cithara.

(4) Quia delectasli me, Domine, in factura tua, et in operibus manuum tuarum exultabo.

(5) Quam magnificata sunt opera tua, Domine! nimis profunda

factæ sunt cogitationes tuæ.

Hymnos se ajustem quaes os Anjos cantam
Gratos, Senhor! Publiquem tua gloria;

Publiquem a delicia

Com que ao ver tuas obras me deleitas,
Obras das tuas mãos, todas perfeitas.

Mas quem póde sondar a excelsa causa
De obras tão grandes! Tantas maravilhas
Deixam estupefacta a mente humana.
Que profundos juizos

As leis que tudo regem combinaram,
E a formação dos mundos decretaram!

(6) Vir insipiens non cognoscet, Só nescios lhes não lembra que a verdura

et stultus non intelliget hæc.

(7) Cum exorti fuerint peccalo

res, sicul fænum, et apparuerint

De seus annos se murcha, e breve passa;

Que os frivolos prazeres em que vivem
Lhes vão gastando a vida;

omnes, qui operantur iniquitatem. Que esta, qual feno ao fogo, desfallece,

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