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VQR 8JAN 41

DEDICATORIA

A Memoria preciosa d'el REY. D. JOAO, IV.

SONETO.

SOMBRA regia! se a minha lyra ruda
Quebra da morte o impedernido muro

Lá te leve meu canto, incenço puro

Qual arde na minha alma, que naõ muda.

Em vao ferós maldade ardis estuda;

Atras desse pendaõ nobre, seguro
Que os quarenta guiou, a vós procuro
Pois nao há cá no mundo quem me acuda.
Basta-me amim, que dure o nôme vosso,

Que o vosso Netto, e gente assigualada
Os loiros murche ao Gallo e seu colosso.
Cò a mao affeita ao fuzo, naõ á espada
A patria sirvo como sei, ou posso;}
Felix! se aos mortos, o que fasso, agrada.

Carminibus quæro miserarum oblivia rerum.

ARTE POETICA

D'HORATIO,

OU

EPISTOLA A OS PISOES.

B

Q. HORATII FLACCI

DE ARTE POETICA

LIBER.

AD PISONES.

HUMANO capiti cervicem pictor equinam
Jungere si velit, et varias inducere plumas
Undique collatis membris, ut turpiter atrum

Desinat in piscem mulier formosa supernè:

Spectatum admissi risum teneatis, amici?

Credite, Pisones, isti tabulæ fore librum

Persimilem, cujus, velut ægri somnia, vanæ

Fingentur species: ut nec pes, nec caput uni

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SE hum colo de cavallo, a o rostro humano
Juntar qiuzesse alguem, e cravejásse
Membros unidos de animais diversos,
Com varias plumas, terminando as formas
De huma bella molher, cauda de peixe;
Quem naõ riria? Amigos indulgentes
Desculpar nao podiao, tal delirio.
Crede me pois, Pisões, isto he retrato
De hum livro, que sem plano se fabrica,
E qual sonho d'enfermo especies cria,

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